terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Literatura Filatélica - A filatelia temática em destaque

        

        A produção literária na área de filatelia segue dando novos frutos em solo cearense, motivo de grande contentamento. No dia 15 deste mês, aqui em Fortaleza, aconteceu um promissor encontro entre gerações ligadas à Filatelia, organizado pelo caríssimo colega Cristian Molina, autor do Catálogo Brasileiro de Filatelia Temática, obra premiada na categoria Literatura, na BRAPEX 2021. 

        O encontro teve por finalidade principal colher dados para uma nova edição do Catálogo que versará sobre Artistas Postais, com entrevistas, histórias dos bastidores dos Correios, curiosidades e apresentação de artes postais que acabaram não sendo emitidas. O lançamento está previsto para 2022.


                                        Fonte: acervo pessoal


        A reunião contou com as presenças da ilustre amiga Lucia TV Ramos (Artista Postal) e da nossa presidente da Sociedade Numismática e Filatélica, Júlia Geracita de Mello, a convite do autor.

        Aos interessados em conhecer a obra citada, em sua primeira edição composta por 6 volumes, segue um vislumbre da capa.

                                       Fonte: acervo pessoal





sábado, 31 de julho de 2021

Dia do Selo Postal Brasileiro: 178 Anos de história

Neste domingo (01/08), o selo postal brasileiro completa 178 anos de estrada. De lá para cá, foram muitas mudanças, modernização de técnicas e aprimoramentos gráficos que fizeram dos nossos selos objeto de desejo de colecionadores de todo o planeta. Para registrar essa data, resgatamos detalhes da sua história.

Em 1.º de agosto de 1843 foi emitido e começou a circular o primeiro selo postal brasileiro, primeiro das Américas e segundo selo do mundo. Instituída por D. Pedro II, a primeira série de selos do Brasil foi chamada “Olho de Boi”, seguida dos modelos Inclinado (1844), Olho-de-Cabra (1850) e Olho-de-Gato (1854), todos estampando os valores faciais de 30, 60 e 90 réis.


Fonte: blog dos Correios.

Assim como o pioneiro Penny Black, emitido pela Inglaterra em 1840, a adoção do selo postal buscava evitar a evasão de receita na entrega das correspondências: no formato anterior, a tarifa (porte) da carta era cobrada do destinatário, que nem sempre estava disposto ou preparado para pagar. Isso foi abolido com o pagamento antecipado pelo remetente, ainda na origem, atestado pela aposição do selo no envelope.

Selos postais têm um importante papel no registro e divulgação da cultura de um país, servindo como documento histórico ao retratarem fatos relevantes; disseminarem projetos sociais, artísticos e culturais; apresentarem espécimes da sua flora e da sua fauna, bem como seus espaços geográficos; homenagearem personalidades e grandes artistas, dentre outros assuntos do interesse do público. Com a diversificação dos motivos e técnicas aplicados na sua produção, os selos galgaram o status de peças de colecionismo bastante apreciados e disputados por aficionados de todo o mundo, conhecidos como filatelistas.

Durante sua trajetória histórica, os selos brasileiros conquistaram vários prêmios internacionais devido a sua beleza e criatividade, dentre eles o bloco São Gabriel - Padroeiro dos Correios (1973) e o de Melhor Selo Estrangeiro na China, com o Piracema (2006). 


Fonte: blog dos Correios.


Como destaques da filatelia do Brasil temos ainda o primeiro selo em Braile do mundo (1974), o modelo holográfico - segundo selo do mundo com imagens tridimensionais (1989) e selos com aroma, textura e material diferenciados como, por exemplo, o selo em tecido do Centenário do Corinthians, lançado em 2010. Mais recentemente, o bloco 200 Anos da Canção Noite Feliz (2018) alcançou o primeiro lugar no Prêmio Internacional São Gabriel de Arte Filatélica (Itália).

Fonte: blog dos Correios.


São inúmeras as razões que explicam a fascinação que essas minúsculas obras de arte exercem sobre apaixonados de todas as idades ao redor do mundo. Selos são itens de colecionismo muito especiais e símbolo de arte, cultura, conhecimento e fraternidade. O que você está esperando para começar sua coleção?


sexta-feira, 5 de março de 2021

05 de Março - Dia do Filatelista Brasileiro

 





O Dia do Filatelista (05 de março) é celebrado aqui no Brasil desde 1969. A data, escolhida durante um congresso da Comissão Estadual de Filatelia em São Paulo para homenagear os colecionadores de selos e peças postais, faz alusão ao dia em que foi baixado o Decreto que organizava os serviços de Correios no Brasil, pelo então imperador D. Pedro I. Pelo fato de haver impulsionado o funcionamento dos Correios brasileiro, que depois veio a ser tornar o segundo país no mundo a emitir selos postais, é que essa data se reveste de importância para os integrantes deste hobby apaixonante!

Parabéns🎉 Amigos Filatelistas! 👏🏼👏🏼👏🏼

Nesta data, congratulamos a todos aqueles que se dedicam à arte do colecionismo de selos, reunindo emoção e sensibilidade, que contemplam o mundo pelas imagens contidas nas peças postais! 🤩

Esperamos que essas pequeninas obras de arte continuem a ser sua melhor fonte de entretenimento, sigam a inspirá-los a conhecer novas culturas, novos personagens, novas e velhas histórias do Brasil e do Mundo, fazendo novos amigos pelo caminho!

✨São os votos da Diretoria da SNFC aos nossos diletos sócios, extensivos a todos os amigos que a Filatelia nos proporcionou reunir! ✨

domingo, 14 de fevereiro de 2021

A Ondulada Moeda do Império do Vai-Não-Volta: os 10 cents do Ceilão de 1951 e o Fim do Império Britânico

 Paulo Avelino

colecionismo@paulo.avelino.nom.br

 

1O cents Ceylon 1951 - frente

Esta moeda de bronze chama a atenção mesmo entre moedas mais valiosas em qualquer coleção, quando não por sua forma: ela escapa da monótona circularidade e se diverte em ondulações, na frente em volta do homenageado, “King George the Sixth”, em efígie e em palavra e, no verso, ostenta o valor 10 cents, o país Ceilão (Ceylon) e a data 1951, além de inscrições na língua do país.Conta uma história que pode ser lida como uma cebola de significados, a conter várias camadas. Pode ser vista quase como uma interrogação existencial: por que essa moeda existe, já que, facilmente, ela poderia não existir? Por que essa efígie, que cai em interrogação mais detalhada, que poder cunhou essa moeda, para mediar os pagamentos de qual comunidade, principalmente, por que naquele ano, e não cinco anos antes ou quinze depois?

A todas essas perguntas uma moeda pode responder.

Quanto à nossa moedinha ondulada, pode-se dizer que sua história começa três décadas antes, em 1921. Nada aconteceu em 1921, a não ser um fato que não se sabia na época: foi o período de maior extensão territorial do Império Britânico. Sua Majestade Britânica comandava quase um quarto do território mundial e da sua população – era o chamado “Império onde o sol nunca se punha” pois em algum lugar de seu território fazia sol.

Apenas três décadas depois a situação mudara. De fato naquele 1921 o Império já sofria de falta de recursos para enviar tanta tropa para lugares tão vastos. E a Segunda Guerra Mundial só acelerou o processo de apodrecimento, com um Reino Unido vencedor porém financeiramente quebrado. Pedaços do Império começaram a se desligar.

Os portugueses e depois os holandeses invadiram a antiga ilha da Taprobana ou Ceilão, e depois deles no final do século XVIII vieram os ingleses, que estabeleceram a colônia do Ceilão. E como colônia os cingaleses permaneceram por mais de um século, até que o antes todo-poderoso império começou se abrir pelas costuras.

No dia 4 de fevereiro de 1948 a antiga Colônia foi substituída por um país independente com status de Domínio dentro do Império. Ainda havia muita interferência britânica mas tinha direito a uma série de autodeterminações, entre elas o seu próprio Banco Central, que foi estabelecido a 28 de agosto de 1950.

Esse Banco Central cunhou as primeiras moedas do novo país soberano – entre essas os nossos ondulados 10 cents. Marca a preocupação pela continuidade – tanto os velhos dominadores como a nova elite do país pareciam querer deixar claro que nada mudara muito – daí a efígie do monarca britânico George VI, o qual parecia somatizar os problemas do Império. Homem de pouco mais de 50 anos mas atormentado por uma pletora de doenças, morreria no ano seguinte de problemas cardíacos. Sua má saúde não foi imitada por sua filha Elisabeth, que até hoje se mantém no trono. Em 1972 o Ceilão tornou-se república e mudou o nome para Sri Lanka, em outra transição.

E ficou a moedinha ondulada, um testemunho minúsculo da decadência de um Império.