A Sociedade Numismática e
Filatélica Cearense publicou no final dos anos 1950 a revista NUMÁRIA (em nova
fase). De tal periódico só saíram dois números. Pretendemos aos poucos colocar
aqui alguns artigos da revista. Agradecemos ao filatelista Roberto de Azevedo Moreira Filho a doação
dos preciosos exemplares para que pudéssemos realizar este trabalho.
O Número 1 data de dezembro de
1958, conforme se pode ler abaixo. Damos agora algumas informações sobre o
filatelista autor do artigo.
Tomé Cabral Santos colecionava
selos e morava na Avenida do Imperador, 1600, uma região de Fortaleza que há
muito deixou de ser residencial. Suas especialidades eram Brasil, União Postal Universal,
esportes e centenário do selo na Europa. Na época era o Tesoureiro da SNFC. No
mesmo número da revista publicou também o artigo “A Sede própria da S.N.F.C.”. Fazia
parte da Comissão Organizadora da V Exposição Numismática e Filatélica do
Ceará, a realizar-se em março de 1959 (informações constantes em outras partes
da revista).
Em seu artigo o Sr. Cabral fala do mundo árabe: ante a pobreza, o atraso e a opressão, setores da sociedade derrubavam governos e procuravam estabelecer uma nova Arábia, de progresso e unidade. O curioso é que ele não está falando da chamada Primavera Árabe desde 2011. Escreve sobre o Egito e seus vizinhos no ano 1950. Governava o país a personalidade carismática (e polêmica) de Gamal Abdel Nasser. Ele desejava unir os países da região e para tanto promoveu a criação da República Árabe Unida. Tal iniciativa não prosperou, os problemas da região continuaram, cinquenta anos foram embora e hoje há outras revoltas com quase os mesmos objetivos. Esperemos que daqui a meio século outra pessoa não esteja escrevendo que no começo dos anos 2010 houve revoltas para resolver os problemas do mundo árabe, as quais não surtiram o efeito desejado e hoje, em 2060, há outras revoluções...
Em seu artigo o Sr. Cabral fala do mundo árabe: ante a pobreza, o atraso e a opressão, setores da sociedade derrubavam governos e procuravam estabelecer uma nova Arábia, de progresso e unidade. O curioso é que ele não está falando da chamada Primavera Árabe desde 2011. Escreve sobre o Egito e seus vizinhos no ano 1950. Governava o país a personalidade carismática (e polêmica) de Gamal Abdel Nasser. Ele desejava unir os países da região e para tanto promoveu a criação da República Árabe Unida. Tal iniciativa não prosperou, os problemas da região continuaram, cinquenta anos foram embora e hoje há outras revoltas com quase os mesmos objetivos. Esperemos que daqui a meio século outra pessoa não esteja escrevendo que no começo dos anos 2010 houve revoltas para resolver os problemas do mundo árabe, as quais não surtiram o efeito desejado e hoje, em 2060, há outras revoluções...
A segunda parte do artigo fornece
uma (útil) lista de selos comemorativos dos centenários de emissões nacionais.
O autor Tomé Cabral teve destaque na vida intelectual
da região. Transcrevemos abaixo o verbete da Wikipedia
sobre ele:
Tomé Cabral dos Santos (Milagres, 7 de julho de 1907 – Crato, 15 de
junho de 1988) é um dicionarista, escritor e filatelista brasileiro.
Biografia
Nasceu no Sítio Riachão, filho
de José Coriolando Gomes dos Santos e Rita Cabral dos Santos, no município
cearense de Milagres em 1907. Muda-se para o Crato em 12 de dezembro de 1912,
em 1925 torna-se funcionário do Banco do Cariri; estuda no Ginásio do Crato
onde conclui o secundário em 1931 e ainda em 1931, escreve sua primeira
publicação literária, Os 19. Em 1932 ingressa no curso de Direito da Faculdade
de Direito do Ceará onde logo é forçado a desistir devido horário de trabalho;
matricula-se no ano seguinte também tendo que desistir. Em 1937 volta ao curso,
mas desiste de vez. Funcionário do Banco do Brasil de 1933 a 1950; da
Superintendência da Moeda e do Crédito (1950 a 1964) e do Banco do Estado do
Ceará entre 1964 a 1969.
Autodidata e pesquisador da cultura local e regional com base no
Romanceiro Popular do Nordeste, a Literatura de Cordel e é com base na
diversidade do cordel que constrói sua obra maior que é o Dicionário de Termos
e Expressões Populares publicado em 1973 com prefácio de Evanildo Bechara. A
primeira obra de Tomé Cabral foi Os 19, publicado em 1931 e reeditado em 1981.
Em 1968 lança uma crônica de viagens A Europa é bem ali. Em 1982 a editora da
Universidade Federal do Ceará lança o Novo Dicionário de Termos e Expressões
Populares; em 1978 escreve Patuá de Recordações, obra prefaciada pela escritora
Rachel de Queiróz. Membro do Instituto Cultural do Cariri, Academia
Piracicabana de Letras e de várias entidades de Literatura filatélica no
Brasil.
Obras
Os 19
A Europa é bem ali
Dicionário de Termos e Expressões Populares
Seu Mé
Padre Emílio Cabral
Família Lima Verde
Patuá de recordações
Novo Dicionário de Termos e Expressões
Populares
Inéditos
Lucíola, perfil de mulher
Adão, o paxá e eu...
Versos diversos
Se a Europa é bem ali, onde fica o Paraguai e
a Argentina?
Minha Salma ou sal... Minha? Tanto faz como
tanto fez
Referências
OLIVEIRA, José Humberto Tavares de. Tomé
Cabral: um intelectual obstinado/centenário de nascimento. Crato; Instituto
Cultural do Cariri. 2007
ARAGÃO, Paulo Ximenes. O Livro do Século. In:
Almanaque da Parnaíba. ed 1970. Parnaíba. p.105
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