domingo, 14 de setembro de 2014
domingo, 3 de agosto de 2014
Livro: O Barroco no Reinado de Dom João V
Os associados da Sociedade Numismática e Filatélica Cearense receberam hoje o livro "O Barroco no Reinado de Dom João V - Arquitetura, Moedas e Medalhas", de Fernanda Gallas e Alfrdeo Gallas, editado pelo Instituto Itaú Cultural. Trata-se de doação do referido instituto, ao qual a SNFC agradece.
Colonial Confusão – o Centavo do Estreito
Paulo Avelino
Possui na frente a austera cabeça
real e a inscrição Victoria Queen. No
verso o número 1, a inscrição One Cent
1895 e Straits Settlements, Colônias
dos Estreitos. É antiga na minha coleção e só dei a ela alguma olhada curiosa,
e o pensamento de nunca tinha ouvido falar de tais Estreitos. Revela no entanto
uma história do outro lado do Planeta.
Que começou no ano de 1511 quando
Afonso de Albuquerque invadiu uma cidade portuária na que hoje é conhecida como
Península Malaia. Era o Governador e Capitão-General dos Mares da Índia. O
porto era a cidade de Malaca. O interesse português era óbvio: a geografia da
região obriga a que todo o comércio entre China e Índia, e suas áreas
circunvizinhas, passe por ali. Quem dominasse a região onde o mar se estreitava
teria grande poder e lucro.
A região não tinha governo
unificado. Dominavam-na uns inquietos sultões malaios, sempre lutando entre si
e procurando aliança com poderes coloniais para superar uns aos outros.
Em 1641 veio a Companhia das
Índias Ocidentais, holandesa. Tiraram os lusitanos pela força e, tal como
estes, não se ocuparam em conquistar o interior, permanecendo só em Malaca e
outros enclaves no litoral. Queriam não muito território mas muito dinheiro, e
este vinha cada vez mais com o crescimento da mineração de estanho no interior
do país e com o crescimento dos serviços nos portos. Estimulado pelo colonizador
europeu, veio um influxo cada vez maior de chineses e indianos, causando uma
mistura étnica que marca a região até hoje.
O desenvolvimento do capitalismo
na Europa trouxe um novo poder: os ingleses. Em 1786 colocaram um pé na região,
por um tratado pelo qual certo potentado local lhe cedia um porto chamado
Penang. Durante as guerras napoleônicas os ingleses ocuparam a holandesa
Malaca. Depois tiveram de provisoriamente devolvê-la, e então o governador
inglês procurou um novo porto para compensar a perda, e o encontrou conseguindo
que outro senhor local cedesse uma ilha que daria muito o que falar: Cingapura.
A disputa entre ingleses e
britânicos cessou com um tratado em 1824, e estes unificaram quatro pequenos
enclaves portuários (Malaca, Penang, Cingapura e depois Dinding) em uma colônia
que denominaram Colônia do Estreito.
Colônia de comércio e passagem,
foi pragueada desde o começo pelo uso de moedas de muitos países, e uma das
lutas dos administradores coloniais foi sempre a de unificar o meio circulante.
Em 1844 o Governo da Índia autorizou a cunhagem de moedas, com a denominação de
dólar, dividida em 100 centavos. O governo colonial lançou em 1871 a primeira
série com inscrição Straits Settlements.
A Colônia do Estreito não mais
existe. Toda a confusão de cidades-porto e sultanatos do interior, dividida
entre uma população de origem indiana, malaia e chinesa se unificou em 1963 em
um país chamado Malásia. Exceto Cingapura, que constituiu outro país.
Toda essa história veio dessa
moedinha de cobre na palma da minha mão. E ainda dizem que moedas não falam.
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Bibliografia:
Wikipedia en. Straits Settlements. Disponível
em <http://en.wikipedia.org/wiki/Straits_Settlements>.
Acesso em 03 ago 2014.
Wikipedia en. History_of_Malaysia.
Disponível em <http://en.wikipedia.org/wiki/History_of_Malaysia>.
Acesso em 03 ago 2014.
Straits Settlements Coins History. Disponível em <http://www.obsoletecoin.com/2013/02/straits-settlements-coins-history.html>.
Acesso em 03 ago 2014.
Wikipedia
en. Afonso de Albuquerque. Disponível
em <http://en.wikipedia.org/wiki/Afonso_de_Albuquerque>.
Acesso em 03 ago 2014.
domingo, 29 de junho de 2014
A diluição da agenda: os selos da Nova República (1985-2010) – II/II
Paulo Avelino
A produção de selos da Nova República
trouxe novos temas para a pauta filatélica, os quais antes se encontravam proscritos
no todo ou em parte. Se entendermos os selos como cartões de visita do Estado, podemos
perceber na época um esforço para o poder estatal se reformular, buscando uma
nova relação com a sociedade.
Personalidades até então proscritas
O novo poder civil lançou selos
homenageando pessoas que, por seu papel político e cultural, tinham sido ignoradas
pela Ditadura Militar. Logo no segundo ano do novo regime este emitiu o selo Homenagem ao Presidente Juscelino Kubitschek
(1902-1976) (8/1986), prócer do regime político derrubado pela ditadura e marginalizado
por esta.
No mesmo ano os Correios
celebraram um intelectual contestador típico dos anos 1960, lançando o selo Homenagem a Glauber Rocha, Cineasta (1939-1981)
(11/1986). O Estado sempre homenageara artistas com selos, mas nunca
aqueles com uma postura anticonvencional na política e na estética, caso do
artista baiano.
Presença de entidades e movimentos
A Nova República celebrou movimentos
organizados que, em princípio, contestavam o status quo. É curiosa tal nova postura do poder: em vez da defesa
fechada da sociedade atual, o poder, apesar de poder, se arvorou como aliado de
atores que queriam mudar a sociedade. Isso ocorreu tanto quanto a atores atuais
como através da homenagem a tais movimentos no passado. Na filatelia, isso
ocasionou o lançamento do selo 15 anos
do Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua (7/2000) e também do Centenário do Fim da Guerra dos Canudos
(9/1997).
Atividades pouco convencionais
A Nova República reformulou o
conceito de homenagem aos esportes, deslocando-se da tradicional escolha de
esportistas vencedores de competições internacionais para incluir também modalidades
pouco ortodoxas. Sintomática é a série Esportes
Radicais (6 a 8/2000) que celebrou o Alpinismo, a Asa Delta, o Skate e o
Surf. Com exceção do primeiro, trata-se de esportes praticados especialmente
por adolescentes de perfil em geral pouco condizente com a postura rígida que o
Estado até então preconizara a seus heróis.
Presença pequena da Economia
A política econômica também se
fez marcada. O selo 1º Aniversário do
Real (7/1995) e o Mercosul (7/1997)
celebraram iniciativas neste campo. Trata-se porém de uma presença discreta em
relação ao período de 1955 a 1985.
Conclusão
Os paradigmas da produção filatélica
da Nova República mudaram
muito em relação aos da Ditadura Militar. Valorizaram-se temas, autoridades e movimentos sociais até então ignorados ou proscritos.
A estratégia econômica quedou
menos evidente na filatelia. Como se o novo poder não quisesse homenagear nos
selos a ação estatal no rumo do desenvolvimento. Claro, uma das possíveis
explicações para isso é que tal ação não existia, substituída pelas esperanças
de que o mercado funcionasse por si mesmo. Homenagens filatélicas não aconteceram,
pela razão de que não haveria mesmo o que homenagear.
Bibliografia:
CERVO, Amado Luiz, e BUENO, Clodoaldo. História da política
exterior do Brasil. 3ª ed. ampliada. Brasília: Editora Universidade de Brasília,
2008. 559p. p457-462.
SOUZA, Helder Cyrelli de. Os Cartões
de Visita do Estado: a emissão de selos postais e a Ditadura Militar
Brasileira. Disponível em <http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/15006>.
Acesso em 29 jun 2014.
domingo, 13 de abril de 2014
Fracassado Império – moedas da Itália fascista
Paulo Avelino
Tem o valor de uma lira e a cara
do Rei – não por acaso parecendo um prócer do Império Romano. No verso figuram o
escudo da Casa de Savóia, a águia, o fascio
romano (feixe de madeiras) e o machado, além do nome “Itália”. Também a data de
1940 e o número romano XVIII – este rememorando o tempo em anos que se passou
desde a Marcha dos Camisas Negras sobre Roma em 1922.
A moeda de 50 centesimi possui quase o mesmo –
excetuando que data de 1941 e portanto o número é XIX. Ambas têm na frente o
nome de Giuseppe Romagnoli, o escultor que as cunhou.
Não é minha intenção analisar de
maneira completa essas duas moedas já antigas em minha coleção, mas revelar as
histórias – de sangue, dor e coragem, e até de elegância, que existem em apenas
uma palavra nelas cunhada.
Vittorio Emanuele III Re e Imp – diz a frente. Vítor Emanuel
(1869-1947) era o Rei da Itália desde 1900. Mas a moeda também possui a
abreviação “Imp” – Imperador.
Benito Mussolini agarrou o poder
na tal Marcha e não mais o largou. Seus fascistas não acreditavam na democracia
– mas acreditavam na expansão colonial sobre povos mais fracos. No ano de 1935
o fascismo atingiu o auge de sua popularidade. Aproveitando isso, Mussolini
ordenou a invasão da Etiópia – um dos poucos países independentes da África.
Aos etíopes não faltou coragem –
e sim armas e apoio. Ingleses e franceses pouco ou nada fizeram para conter
esta violação ao Direito Internacional. Um apelo do Rei Hailé Selassié à Liga
das Nações apenas expôs a fraqueza desta. Muitos dos soldados da Etiópia portavam
lanças e fuzis velhos de quatro décadas contra as armas modernas do Estado
fascista. A derrota foi inevitável e os italianos ocuparam o país.
No dia 9 de Maio de 1936
Mussolini declarou Vítor Emanuel III como “Imperador da Etiópia”. Seu representante no local era o Vice-rei da África Oriental Italiana.
O Marechal Pietro Badoglio foi o
primeiro deles. Fora embaixador da Itália no Brasil. Contra as leis
internacionais, usou armas químicas contra os etíopes. O segundo foi o também
Marechal Rodolfo Graziani. Alguns etíopes jogaram granadas contra ele. Atendido
a tempo, salvou-se e ordenou o massacre conhecido na Etiópia como Yekatit 12 – no qual os italianos
assassinaram cerca de trinta mil etíopes. Ganhou o apelido O Açougueiro.
Sucedeu-o Amedeo Umberto Isabella
Luigi Filippo Maria Giuseppe Giovanni di Savoia-Aosta, o príncipe Amedeo, segundo
Duque d´Aosta – o quintessencial aristocrata até na elegância com que aparece
na foto. Coube-lhe ver a destruição do “Império”, invadido pelos ingleses em
1941. Amedeo era um cavalheiro. Até mesmo seu inimigo Hailé Selassié quis
visitar sua viúva após a guerra, sendo dissuadido pelo novo governo italiano. O
Duque morreu de tuberculose em um campo de prisioneiros.
Em 1943 o rei renunciou
oficialmente ao título de Imperador. Restaram apenas algumas moedas,
testemunhos da história.
Bibliografia:
Il Marengo. 50 centesimi 1939-1943. Disponível em
<http://www.ilmarengo.com/italia/regno/50c1940.htm>.
Acesso em 13 abr 2014.
Wikipedia en. Emperor_of_Ethiopia. Disponível em <http://en.wikipedia.org/wiki/Emperor_of_Ethiopia#Italian_conquest_of_Ethiopia>.
Acesso em 13 abr 2014.
Wikipedia it. Giuseppe_Romagnoli Disponível em <http://it.wikipedia.org/wiki/Giuseppe_Romagnoli>.
Acesso em 13 abr 2014.
Wikipedia it. Guerra_d'Etiopia. Disponível em <http://it.wikipedia.org/wiki/Guerra_d'Etiopia#La_proclamazione_dell.27Impero>.
Acesso em 13 abr 2014.
Wikipedia en. Italian East Africa. Disponível em <http://en.wikipedia.org/wiki/Italian_East_Africa>.
Acesso em 13 abr 2014.
Wikipedia en. Prince_Amedeo,_Duke_of_Aosta. Disponível
em <http://en.wikipedia.org/wiki/Prince_Amedeo,_Duke_of_Aosta>.
Acesso em 13 abr 2014.
Wikipedia en. Second_Italo-Abyssinian_War. Disponível
em <http://en.wikipedia.org/wiki/Second_Italo-Abyssinian_War>.
Acesso em 13 abr 2014.
Wikipedia en. Rodolfo_Graziani. Disponível em <http://en.wikipedia.org/wiki/Rodolfo_Graziani>.
Acesso em 13 abr 2014.
Wikipedia en. Victor Emmanuel III of Italy. Disponível
em <http://en.wikipedia.org/wiki/Victor_Emmanuel_III_of_Italy>.
Acesso em 13 abr 2014.
Wikipedia en. Yekatit_12. Disponível
em <http://en.wikipedia.org/wiki/Yekatit_12>.
Acesso em 13 abr 2014.
segunda-feira, 3 de março de 2014
A diluição da agenda: os selos da Nova República (1985-2010) – I
Paulo Avelino
Os selos brasileiros a partir de
1955 possibilitam uma visualização da política do Estado no período,
particularmente no que se refere à Economia e à Geopolítica. Em artigos
anteriores, todos presentes neste blog, pudemos ver como as estratégias dos
grupos no aparelho estatal orientaram parte da temática filatélica. A variação
de prioridades, como a ênfase na indústria pesada, ou nas telecomunicações, ou a
necessidade de geração de saldos comerciais pela exportação de produtos
primários, tudo está presente nos selos.
Sem minimizar as diferenças entre
os governos no período 1955 até 1985, pode-se dizer que os selos simbolizaram a
política econômica, e que esta possuía uma orientação em geral desenvolvimentista
e industrializante.
As emissões no período
1985-2010 caracterizaram-se por uma progressiva regr
essão da presença da
política econômica. O período é denominado Nova República. Tal fato ocorreu de
maneira gradual. Nos primeiros anos ainda se podia vislumbrar algo de tal
política, mas trata-se fundamentalmente de lançamentos que comemoravam a
maturação de iniciativas tomadas no período anterior.
A aquisição de um
navio polar dinamarquês em 1982 marcou o início do Programa Antártico
Brasileiro (Proantar). Anunciado com grande ênfase pelo governo de então, tal
programa se estende até hoje. A Nova República em seus inícios celebrou com
vários lançamentos este programa. Veja-se por exemplo o bloco Participação da FAB no Programa Antártico (3/1987).
Interessante notar que tal Programa pertence à Marinha. O selo salienta o
reconhecimento por parte do grupo no Poder da outra força armada que
participava de tal iniciativa, em uma época de regime militar recém-findo.
O selo Proantar Programa Antártico Brasileiro Fauna Antártica (2/1990) marca
uma interessante articulação com uma característica marcante dos selos do
período, que é a intensa presença de lançamentos de temática ecológica, a qual
veremos em artigo subsequente.
A Presença da Indústria Aeronáutica
A Ditadura Militar
estabeleceu uma política de buscar certa autonomia na área da segurança. Isso
se traduziu na criação de tecnologia militar ou civil que estivesse ligada a
fins militares. Durante a Ditadura vários selos haviam assinalado os progressos
da indústria aeronáutica. Isso continuou na Nova República. O selo Indústria Aeronáutica Brasileira –
Turboélice CBA-123, Projeto Binacional Brasil-Argentina (7/1990) celebra um projeto que ainda estava no
nascedouro, e que não foi bem sucedido. Esse avião nunca entrou em fase
comercial, e dele só se construíram dois protótipos. CBA significa Cooperação
Brasil-Argentina.
O Bloco de 10 selos Brasil exporta Aviões (10/2000) também
celebra a indústria aeronáutica, desta vez sua face geradora de divisas
externas.
A Nova República também teve suas
características próprias nos lançamentos filatélicos, das quais trataremos no
artigo seguinte.
Bibliografia:
Embraer/FMA CBA-123 Vector.
Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Embraer/FMA_CBA-123_Vector>.
Acesso em 02 mar 2014.
Programa antártico brasileiro.
Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/PROANTAR>.
Acesso em 02 mar 2014.
sábado, 1 de fevereiro de 2014
Selos como sintoma: a economia e a geopolítica da Ditadura Militar depois da Crise do Petróleo (1974-85) – II/II
Paulo Avelino
paemail-snfce@yahoo.com.br
paemail-snfce@yahoo.com.br
Neste último artigo desta série
sobre os reflexos da economia e da geopolítica da Ditadura Militar nas emissões
filatélicas, enfocamos agora o período de sua decadência, o longo governo do General
Figueiredo (1979-1985).
Caracterizou-se por sua instabilidade
macroeconômica, ou seja, pela subida acentuada dos níveis de preços e pela
flutuação na taxa de crescimento econômico. E nele surgiram resultados de
políticas do governo anterior, do General Geisel.
O Japão obviamente não tem muito
terreno para exploração agrícola. Para produzir proteína animal para sua
população se alimentar, ou seja, para criar galinhas e gado, dependia da soja
importada dos Estados Unidos e das anchovas pescadas ao largo da costa do Peru.
Em meados dos anos 70 um fenômeno climático ligado ao El Niño (além da pesca predatória) diminuiu muito a pesca do peixe.
Ao mesmo tempo, afetados pelo aumento nos preços do petróleo, os EUA
incentivaram a produção de biocombustível para uso próprio e impuseram embargo
às suas exportações de soja.
Sem saída, os japoneses se
voltaram para o Brasil, e especificamente para o Cerrado brasileiro, até então
relativamente pouco tocado. Ofereceram financiamentos não só para o plantio
como para as pesquisas da Embrapa, para desenvolvimento de cultivares mais
adaptados ao clima quente. O Presidente Geisel visitou o Japão durante as
negociações.
A filatelia nacional marcou o esforço
da Embrapa com o selo Soja Tropical
(4/1983), dentro da série de três selos Conquistas
da Pesquisa Agropecuária Brasileira.
Prioridade para a Agricultura
Logo em agosto
de 1979 o ex-Ministro da Fazenda Delfim Netto voltou ao cargo, substituindo
Mário Henrique Simonsen. O novo ministro estabeleceu a Prioridade para a
Agricultura, tornada ponto focal da política do governo.
A série de três
selos Desenvolvimento Agrícola (1/1981)
mostra bem o que o governo desejava: Produtividade,
Mercado Interno e Mercado Externo. Objetivos
ambiciosos, que deixavam claro que, para os donos do poder, a produção agrícola
aumentada poderia contribuir para reduzir a inflação (considerável) e para a melhora
da situação do balanço de pagamentos (que se deteriorava).
Conclusão Geral
Com este
terminamos uma série de cinco artigos sobre as repercussões das políticas da
Ditadura Militar nos lançamentos de selos. Uma característica interessante é a
transparência. Ou seja, é possível ter uma ideia das políticas de Estado
analisando-se as emissões filatélicas no período.
O caráter
validador e propagandístico de várias das emissões surge em seus temas: havia
um esforço de passar uma ideia de legitimidade a um regime que se baseava, em
última análise, em uma ilegalidade: a deposição de um Presidente.
As flutuações e
mudanças de enfoque da política econômica, assim como os impactos internos de
grandes acontecimentos globais, especificamente a Crise do Petróleo, podem ser
lidas dentro da filatelia da época.
Os selos
ilustram admiravelmente este período da História Nacional.
Bibliografia:
A agricultura familiar da soja
na região sul e o monocultivo no Maranhão. Disponível em < http://www.fase.org.br/v2/admin/anexos/acervo/5_soja_regiao_sul_e_maranhao.pdf>.
Acesso em 01 fev 2014.
FONSECA, Pedro
Cezar Dutra e MOREIRA, Cássio Silva. O projeto do Governo Goulart e o II
PND: um cotejo. Disponível em <http://www.ufrgs.br/decon/TD10_fonseca_moreira.pdf>.
Acesso em 01 fev 2014.
O governo Figueiredo: o fim do desenvolvimentismo “à
brasileira”. Disponível em <http://www.centrocelsofurtado.org.br/arquivos/image/201109011001560.MD4_0_179.pdf>.
Acesso em 01 fev 2014.
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