Artigo de Carlos Alberto Tavares Coutinho
O Governo Campos Sales (1898/1902) não quis envolver-se na questão do Acre, pois tinha outras prioridades, tais como estabelecer conversações com os bancos credores e tentar negociar uma saída para a questão da dívida interna e a concessão de um empréstimo no valor de 10 milhões de libras esterlinas, a ser utilizado para o pagamento dos juros da dívida externa brasileira nos três anos seguintes.
O Governo Campos Sales (1898/1902) não quis envolver-se na questão do Acre, pois tinha outras prioridades, tais como estabelecer conversações com os bancos credores e tentar negociar uma saída para a questão da dívida interna e a concessão de um empréstimo no valor de 10 milhões de libras esterlinas, a ser utilizado para o pagamento dos juros da dívida externa brasileira nos três anos seguintes.
Ficou a
cargo do Governo do Amazonas patrocinar a revolução acreana, para o comando
desta revolução foi chamado o gaúcho José Plácido de Castro (1873-1908), um
agrimensor estabelecido há alguns anos na região. Com alguns seringalistas
começou a luta no dia 6 de agosto de 1902, em Xapuri.
No dia 24 de janeiro os bolivianos são vencidos e Puerto Alonso
tornou-se Porto Acre. O objetivo era a anexação ao Brasil, mas o Acre
permaneceu num primeiro momento como território independente. E o Brasil, o
reconheceu como região em conflito.
O Exército brasileiro controlava parte do
território e Plácido de Castro controlava sua porção mais ocidental. Nesse
mesmo ano porem o Exército desarmou Plácido de Castro. Como afirma o
historiador Antonio Alves, presidente da Fundação Elias Mansour (que faz as
vezes de secretaria de cultura do estado): “Um estado que tinha o segundo
produto de exportação, com um líder carismático, um exército autônomo, um povo
em armas, era muito perigoso para o Brasil”.
Paralelamente,
o Barão do Rio Branco negocia o Tratado de Petrópolis, pelo qual a Bolívia
reconheceu a soberania brasileira sobre o Acre em troca de alguns milhares de
libras esterlinas e da promessa de construção de uma ferrovia que
possibilitaria a saída dos produtos bolivianos pelo Atlântico. Plácido de
Castro é assassinado poucos anos depois. Mas temeroso daquele povo em armas, o
governo brasileiro criou a figura esdrúxula do território para enquadrar o
Acre. Prossegue Antonio Alves: “O Brasil é uma república federativa, é a união
dos estados da federação. Mas cria-se um território que não é estado. Ele pertence
e é administrado pelo conjunto dos outros estados e passa a ser governado por
interventores federais. Isso cria na população um sentimento de revolta“. Neste
longo período sem autonomia, o Acre só vai se tornar estado em 1962, foi criado
um sentimento oposicionista na
população, que às vezes ganhava até um tom meio separatista”.
Em
1913, com a introdução no mercado da borracha plantada pelos ingleses na
Malásia, o preço da borracha amazônica despencou e o Acre começou a viver um
longo período de decadência econômica, período esse brevemente interrompido
durante a Segunda Guerra Mundial. Muitos se foram, mas os seringueiros que
ficaram obtêm a permissão para plantar (atividade proibida no auge da
borracha). Começou a haver agricultura. Também outras riquezas da floresta
passam a ser exploradas, como: castanha, madeira, pele de animais, óleos, ervas
etc. Inicia-se uma nova ocupação da floresta. Forma-se assim uma economia um
pouco mais diversificada, realmente florestal e uma sociedade cuja convivência
com a floresta deixou de ser de conflito com os índios, de conquista, de
colonização. Estabelece-se um padrão civilizatório com uma vertente indígena e
uma vertente nordestina muito forte. Passa-se a ter a formação da consciência
de um povo, noção de regionalidade e uma linguagem comum.
Sociedade Colombo
– Alemã de Transportes Aéreos - SCADTA
A Companhia Colombiana de
Navegação Aérea foi fundada em 26/09/1919, em Medellín. Alguns meses depois, em
03/12, foi realizado o primeiro contrato para o transporte de correspondência
aérea, entre o Governo Nacional e esta Companhia. Dois dias depois, é fundada
em Barranquilla, a Sociedade Colombo-Alemã de Transportes Aéreos, mais
conhecida pela sigla SCADTA.
A SCADTA foi fundada por cinco
negociantes colombianos, sendo três deles germano residentes, a partir de uma
iniciativa do austríaco Peter Paul von Bauer. Suas primeiras aeronaves foram
dois hidroaviões Junkers F13 que, quando entregues, vieram conduzidos por
pilotos alemães que, depois, ficaram atuando no local, inaugurando uma prática
que passaria a ser a usual.
A empresa começa a voar em 1920,
unindo Bogotá ao porto de Barranquilla, uma distância de 650 milhas, que os
aviões percorriam em sete horas. O mesmo percurso entre os dois destinos, até
então realizado apenas por um combinado trem-barco (não raro, também mulas e
cavalos) e que demorava uma semana no período das chuvas, mas poderia chegar a
um mês no período das secas.
Barranquilla era estratégica
tanto para alcançar o interior do país, através do rio Madalena, como para
“facilitar a ligação entre o Pacífico e os portos do Caribe, o que convenceu o
governo colombiano a dar suporte a qualquer tentativa de vencer a distância por
ar”.
Para voar na Colômbia
e alcançar sua capital Bogotá, entretanto, os aviões precisaram de várias
adaptações, entre elas a de um radiador para resfriamento e uso de rodas de
automóvel, pois, a “América do Sul, como foi logo aprendido, não era a Europa”,
estas e outras dificuldades tornaram mais morosa a expansão e mesmo a
continuidade dos serviços.
Diante do fracasso da Cia.
Colombiana de Navegação Aérea, em 04/10/1920, a SCADTA assume o manejo do
Correio Aéreo,
o que levou a entrada de Peter Paul Von Bauer no negócio, na virada de 1920
para 1921. Ele vivera na América do Sul entre 1908 e 1916, retornando a
Colômbia em 1920, como representante da fabricante alemã de aviões Junker.
Em 1922, Paul Von Bauer tornou-se diretor da
SCADTA, geógrafo de formação, criou na empresa uma divisão científica para
realizar pesquisa aérea e mapeamentos para o governo; também estabeleceu
ligações com várias capitais europeias e outras grandes cidades, incluindo Nova
York, onde instalou agências com farto material promocional e “selos especiais
(impressos com temas colombianos), nelas e na maioria dos consulados
colombianos, de maneira que o mundo logo soubesse que a SCADTA havia chegado e
era ´a` empresa aérea na América do Sul.”
O crescimento da
SCADTA, cujas linhas alcançavam inclusive os Estados Unidos em 1924, levou Von
Bauer a pensar numa SCADTA Internacional. Precisando de mais aviões e de
financiamentos, retornou a Alemanha, quando nasce a nova empresa, a Condor
Syndikat, uma associação entre a Deutscher Aero Lloyd A. G., predecessora da
Luft Hansa, com a Schlubach, Theimer and Co, de Hamburgo e a própria SDACTA.
“não é claro o porquê do nome Condor, um abutre andino, ter sido
escolhido. Ele não é nativo da Alemanha.” A Condor Syndikat não seria
propriamente uma empresa aérea, embora por um curto período tenha atuado como
tal no Brasil, mas talvez estivesse mais aproximada do que hoje são as empresas
de logística.
A Ilha de Trindade que fica a 1.140
km da costa brasileira, à altura da Capital do Espírito Santo. Tem cerca de 8
km2 e é atualmente ocupada por uma guarnição da Marinha de Guerra do Brasil,
encarregada do Posto Oceanográfico existente na ilha.
James
Aloysius cresceu tendo o imperador Napoleão como seu modelo. Até cortou a barba
da mesma forma como o Imperador francês. Em 1870, o Império de Louis Napoleon
caiu para os alemães e começou a era da terceira República francesa. Com a
idade de vinte anos, Harden-Hickey entrou a Ecole de Saint-Cyr, a famosa
academia militar francesa onde ele se tornou um excelente espadachim, mas sua
carreira militar veio a um fim abrupto, quando, recebendo um coice de um cavalo
sofreu uma lesão cruel e duradoura que o fazia mancar. Então, incapaz de
cumprir uma carreira no exército, como oficial e sem uma profissão,
Harden-Hickey entrou para a alta vida parisiense e um mundo de ricos e famosos.
Ele se tornou um escritor, jornalista e duelista e freqüentava o "bairro
latino"; deu festas pródigas e desperdiçou uma grande parte da riqueza de
sua família.
Em 1878, James Aloysius
Harden-Hickey se casou com a Condessa de Saint-Pery. Nesse mesmo ano, publicou
Le Triboulet, uma revista satírica, e ao mesmo tempo escrita no estilo de
irreverencia, seu conteúdo dedicado ao catolicismo e a causa monárquica. Durante
10 anos Harden-Hickey foi o editor do Le Triboulet, contestou muitos processos
judiciais, foi multado em mais ou menos 300.000 francos e acabou enfrentando
uma deportação como americano indesejável. O governo francês desaprovava
comentários antirrepublicanos e como Harden-Hickey não tinha renunciado a sua
cidadania americana, fontes do governo fecharam Le Triboulet e expulsararam-no da
França em 8 de agosto de 1888.
Com sua vida
e a carreira profissional em farrapos, se divorciou de sua esposa, e buscou um
novo desafio, partiu em uma viagem de um ano em volta do mundo. Partiu de
Londres, a bordo do navio Astoria, no Outono de 1888, ele pode ter observado a
remota ilha de Trinidad (não deve ser confundida com a conhecida ilha de
Trinidad, que pertencia às Índias) em suas viagens através do Atlântico Sul.
Experiências na Ásia e no Extremo Oriente o inspirou a escrever um livro sobre
o budismo.
Em 1890,
Harden-Hickey mudou-se para a América, estabeleceu-se em Nova Iorque e casou-se
com Miss Annie Harper Flagler, filha do financista milionário John H. Flagler.
Cansado do mundo de negócios nada romântico do
seu sogro, na Florida, de hotéis, fazendas de gado, minas e petróleo, talvez
inspirado pelo escritor britânico e aventureiro E. F. Knight cujos livros
"O cruzeiro do falcão", em 1881 e novas aventuras a bordo do
"Alerte" em 1889, em busca do tesouro pirata nesta remota ilha de 5 por
3 milhas, no Atlântico Sul. Knight escreveu "... Trindade certamente
parece um lugar selvagem e pouco convidativo, uma massa precipitada de rocha
vulcânica estéril com elevados cumes inacessíveis, toda a superfície preenchida
com picos como agulhas afiadas..." só não posso explicar por que ele
voltou sua atenção para esta ilha rochosa pouco atraente.
James
Aloysius de repente anunciou na primeira página do New York Tribune, datada de
domingo, 5 de novembro de 1893, de sua tomada de posse da ilha desabitada e da criação do
Principado Independente de Trindade, com o título de "Rei
James, o primeiro do Principado de Trindade". Enviou uma proclamação a vários países, noticiando e
propondo colonizar a ilhota para cultivar as artes e ciências. Chegou a
instalar uma chancelaria no nº 217, oeste 36ª Street em Nova York. E
seu amigo Conde de La Boissiere, foi nomeado Ministro dos negócios estrangeiros.
Títulos
foram vendidos para incentivar os colonos e os investidores e um conjunto de
selos foi emitido, impresso em Viena, Áustria.
Em 15 de
outubro de 1894, a Chancelaria de Trindade em Nova York, emitiu um decreto
oficial da "administração postal do Principado de Trindade"
anunciando a emissão de um conjunto de selos postais.
Por este
meio, o público é informado que no dia primeiro de novembro de 1894, os
seguintes selos serão emitidos:
5 cêntimes em
verde e preto, 10 cêntimes em marrom e preto, 25 cêntimes em azul e preto, 50
cêntimes em laranja e preto, 75 cêntimes em lilás e preto, 1 franco em vermelhão
e preto, 5 francos em cinza e preto. Estes selos têm a forma de um
retângulo e apresentam
uma vista da ilha com um veleiro e a legenda: Principauté de Trinidad – Timbre
Poste et Fiscal.
Além disso: Envelopes em 5 cêntimes e 15
cêntimes em papel branco e amarelo, cartões postais 10 x 10 de em 5 e 10 cêntimes no cartão amarelo com o
selo impresso semelhante aos selos postais, carta postal (inteiro postal) de 15
cêntimes em cartão azul e rosa.
As emissões dos selos projetadas
por James Aloysius Harden-Hickey não chegaram a circular, pois não existiam
habitantes na Ilha de Trindade.
Os selos
foram mencionados pela primeira vez em vários periódicos filatélicos, no início
de 1895. Para Stanley Gibbons esta leitura: Nós recebemos uma longa carta de um
correspondente, em quem nós temos toda a confiança, assegurando-nos que
Príncipe James e sua ilha no meio do Atlântico, sua emissão de selos e da mesma
forma sua ordem de Croix de Trinidad, são perfeitamente genuínos e respeitáveis
e em todos os sentidos para ser elogiado. O governo do Principado é uma
"ditadura militar"; nada poderia ser mais satisfatório, especialmente
enquanto a ilha permanece desabitada. Para os quais temos apenas a resposta,
que se se for assim, e se os selos são emitidos para alguma finalidade postal
autêntica, não
deveria importar com
o príncipe James ou com os
amigos dele, se os colecionadores devem comprá-los ou não; se por outro lado,
eles foram fabricados exclusivamente para venda para colecionadores, seria
melhor deixar o Príncipe James colecioná-los ele mesmo. Em qualquer caso,
nossos leitores não perdem nada por esperar.
Os selos
foram oferecidos à venda por Stanley Gibbons na revista mensal na edição de 28
de fevereiro de 1895. Um conjunto completo, composto por sete valores estava em
oferta por 12 xelins. Estes selos foram retirados da venda.
No dia 3 de
janeiro de 1895, o navio de guerra britânico Barracuda ancorado ao largo da
costa, desembarcou tropas na ilha de Trindade. Os britânicos tinham a intenção
de construir uma estação de cabo.
Eles tinham
tomado posse, afirmando que a ilha era britânica desde que Edmond Halley pôs os
pés na ilha 200 anos antes. O Brasil,
por outro lado, tinha idéias diferentes sobre soberania e somente a mediação
pelo governo português desativou a situação. O governo britânico, por conseguinte,
abandonou a idéia.
Embora a disputa entre Brasil e Grã-Bretanha sobre a controvérsia da
soberania estava perturbada. De la Boissiere dirigiu uma carta de protesto a
Richard Olney, o Secretário de estado dos Estados Unidos, exigindo que os Estados
Unidos. interviesse.
GRANDE
CHANCELARIA DO PRINCIPADO DE TRINDADE"
217, Oeste
36ª Street , Nova Iorque, Estados Unidos da América
Nova Iorque
, 30 de julho de 1895
"A sua
Excelência o senhor Secretário da República dos Estados Unidos da América do
Norte, Washington , D.C."
(Em parte....)
Excelência –
tenho a honra de recordar a sua memória:
1. no curso
do mês de setembro de 1893, Barão Harden-Hickey notificou oficialmente a todos
os poderes de sua tomada de posse da desabitada ilha de Trindade ; e
2. que no
decorrer do janeiro de 1894, renovou a todos estes poderes a notificação
oficial da referida tomada de posse e informou-lhes ao mesmo tempo que, a
partir dessa data, que a terra seria conhecida como "Principado de
Trinidad;" que ele tomou o título de "Príncipe de Trinidad" e
teria a reinar sob o nome de James.
... Eu
imploro a vossa excelência para pedir ao governo dos Estados Unidos da América
do Norte para reconhecer o Principado da Trindade como um estado independente e
para chegar a um entendimento com as outras potências americanas a fim de
garantir a sua neutralidade... Na expectativa de sua resposta, aceite, por
favor. Excelência, a expressão da minha elevada consideração.
O Grão
Chanceler, Secretário dos negócios estrangeiros, Conde de La Boissiere
A carta de La
Boissiere teve pouco efeito; o Secretário de Estado dos EUA ignorou o protesto
e passou cópias da carta para a imprensa, que por sua vez ridicularizou o
Chanceler e o Principe James, com uma exceção: O New York Times. Henri Pene du
Bois, o crítico de arte americano de renome e seu editor-chefe do jornal, Henry
N. Carey, escreveu sobre sua situação.
James Aloysius Harden-Hickey, tendo sido ridicularizado e despossuído de
seu território da ilha, sentiu amargamente, ao longo dos próximos anos, ele
viveu uma vida de tristeza recolhido em seu rancho, no México. Até tentou
planejar uma invasão contra a Inglaterra com ex-patriotas de seu lar ancestral
na Irlanda, mas foi incapaz de ganhar o apoio financeiro do seu sogro. Ele
culpou os britânicos por sua intervenção da ilha dois anos antes.
No dia 2 de
fevereiro de 1898, Harden-Hickey saiu do México indo para a Califórnia. Ele
interrompeu sua viagem e deixou o trem em El Paso, Texas, se hospedou em um
hotel. Ele então passou vários dias sozinho e deprimido. Em 9 de fevereiro, no
fim da noite, Harden-Hickey tomou uma overdose de comprimidos de morfina; seu
corpo foi encontrado na manhã seguinte. Ele deixou uma nota de suicídio
endereçada à sua esposa que dizia, em parte... "Devo ter provado o cálice
da amargura até a borra, mas eu não reclamo. Adeus. Eu perdôo sua conduta em relação
a mim e a confio que você será capaz de perdoar a si mesmo. Eu prefiro
ser um cavalheiro morto do que um vilão como seu pai."
Nada se
manteve do "Principado de Trindade", exceto os selos e a ilha é
claro; Agora, um centro de investigação oceanográfica instituído pelo governo
brasileiro.
Esta
etiqueta de origem desconhecida mostra uma silhueta da ilha de Trindade e valor
de "5C". É impressa em verde no papel fibroso, a qualidade da produção
é muito pobre.
De outubro
de 2005
Inspirado
por Thomas Whigham (Professor de história-Universidade da Geórgia)
Somente por ocasião da morte do
“Príncipe” é que foram encontrados os selos na sua bagagem, além da sua coroa
de ouro e insígnias de uma “Ordem de Trindade” criada por ele.
1894 – Os raros selos da Ilha
Trindade, 5 e 10 centimes, novos, com marca de charneira. Valor estimado de R$
4.100, em 2005.
Os selos acima existem com a
sobrecarga “Officiel”. Selos com sobrecarga espécime são extremamente raros e
existem somente dois cancelado cópias dos carimbos de Trindade. Selos do
Principado de Trindade são vistos em ocasiões muito raras em leilão.
Algumas
consultas:
Os
selos postais da República Independente da Guiana. Wolfgang Baldus, Heilwigstr.
85, 81827 Munique, Alemanha, artworkbaldus@smp-munich.de
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